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segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O OCEANO

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Você é como Moises abrindo caminho pra um monte de gente passar. Sabe que não é correto jogar o oceano em cima de quem te persegue, mas não resiste em apontar o dedo em julgamento sobre quem também o julgou. Não sabe o que fazer em meio a tantas pessoas, mas, bondoso e demasiadamente atento, finge sempre um sorriso enquanto dilacera uma suposta tormenta e desemboca uma segunda reação alheia ao seu velado desespero. Você troca os sujeitos e confunde quem o enxerga, dando a impressão de que sabe o que diz, quando apenas procura entender o que pensa e pouco se importa com o que dizem sobre você, mas também não gostaria que te interpretassem mal. É assim que você lembra de como realmente sua alma precisa se aquietar, mas apenas esse banho ainda não serviu para refletir ( ??? ) nas gotas de água que pingam do chuveiro. Você se agacha e ouve os pingos explodindo em sua cabeça quase no ritmo da música ao lado. Enquanto no banho você se sente só mais uma vez e a água te esquenta como você gostaria, surge um poema e, onde está Moises? Mais de mil anos se passaram e ainda recordam-lhe seu nome e você fica aí querendo que de vez enquanto lembrem do seu.

... querendo que lembrassem mais do seu.

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Um comentário:

Ricardo Xis disse...

Acordo de manha e tento dar valor para cada minuto no banho. Mas pra variar, como com tudo na vida, não consigo aproveitar o momento tanto quanto o meu pensamento o faz antes e depois de fazer qualquer coisa.