.
todo dia tinha na minha casa
um cheiro de feijão novo,
um gosto novo de dia.
a hora da cozinha era às 12,
onde as conversas eram ligeiras,
coisa de família
via todos passarem cruzando a calçada
entre a cortina de renda que o vento
insistia em abrir
ficava sobre a pia e
dalí eu via, sentado à mesa,
no meu lugar de costume
pai e mãe na ponta,
e duas irmãs com restos nos pratos
de vidro transparente
meninas comem pouco
mas também comem com
os olhos.
minha casa era ainda de madeira,
tempo simples,
sem alvenaria
sabe que sinto saudade
daqueles dias, meus dias
de cesta
dias de nada,
de tudo um pouco
pra ser quem eu sou
havia esse garoto que eu era
existe esse cara que eu sou!
quantos anos eu tinha?
as memórias,
se repetiam
e hoje se apagam
não queria algo menos do que sorrir
e sem saber, sem saber mesmo,
sorria. como sorria!
.
Um comentário:
Te amo!
Postar um comentário