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sexta-feira, 17 de agosto de 2007

SEM


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Seguramente é fácil falar das conturbações pormenores e cotidianas. São como livros presos em prateleiras grandes, com títulos de cabeça para baixo e empoeirados de tão antigos. Estão assim, porque todo mundo já conhece a história de cabo a rabo, mesmo tendo lido apenas a sinopse ou ouvido algo a respeito. O que ninguém diz é que os pormenores, por menor que sejam não vêm acompanhados de manual de instrução traduzido nem em português, chinês, espanhol ou alemão. Não vêm. Em alguns há um singelo rodapé, entravado no meio de algumas das páginas a seguir. Você procura e revira cada letrinha com os olhos. Passam os dias e o livro continua na cabeceira da cama, acordando com você.

Aí lá está aquela coisa com aquela capa te esperando mais uma vez. A sensação pode ser tão ruim (espere, estou falando dos livros chatos e desgastantes), como uma conta para pagar, um mercado pra fazer, uma viagem adiada ou uma cervejinha a menos. Aquele tênis, aquele shampoo, essas coisinhas que se tornam entraves materiais ocupando espaço na prateleira onde está escrito necessários e desejados, sem ao menos estarem no mesmo corredor ou seção. Já ouvir por aí que não importa o que cai na nossa mão, faz bem ler. E não importa o tamanho da bomba também. Se ela está na minha mão é melhor eu desarmar e esperar a próxima, assim como um livro empoeirado e sem rodapé ou manual de instrução. Sem.

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3 comentários:

Ricardo Xis disse...

A única forma de cultura que considero não alienante. E ainda assim, em alguns casos é.

Waldir Segundo disse...

com

Anônimo disse...

é, se a bomba caiu em nossa mão, é pq no mínimo, podemos detona-la antes dela nos detonar heheh

super beijoo meu brownie de abacaxi!!!
xixi