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uma mão sobre a outra não importa onde,
aquele e aquele outro beijo roubado em qualquer lugar,
meu braço laçado ao seu, ao redor da sua cintura,
numa fila demorada, num canto qualquer sob o sol.
queria poder olhar no olho sem medo de parecer
apaixonado e sem saber, assustar alguém que passa,
cheio de vontade de julgar e ter motivos para usar suas pedras.
é tão mecânico me distanciar e achar que é normal ou
anormal me anular, esconder nós dois, que ainda
escancarados, não fazemos mal a ninguém.
em que canto de casa e longe das janelas a gente passa
desapercebido e porque tanto esconderijo, por quê?
é mais do que hora de abrir os olhos de quem
tem pudor de amar.
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