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quarta-feira, 28 de julho de 2010

AO VIVO

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Se eu estivesse lá, puxa, se eu estivesse lá. Talvez seja por isso que vídeos antigos, gravados ao vivo me inspirem tanto. Acho que a sensação é parecida pra quem gosta de vinil, ouvindo aquele ruído charmoso e chiado. Tudo o que é antigo tem um barulhinho gostoso, talvez porque fosse mesmo.

Quando eu falo antigo, falo do tempo que a palavra video lembrava cassete, da época em que se gravava em fita, até em película. Tá bem que película já é um pouco demais se você por acaso também nasceu por volta de 84.

Se eu te fizesse lembrar de um momento gravado e você me respondesse "sim, me lembro de um casamento", essa não seria a resposta que eu espero nem em pensamento, mas ao vivo, do jeito que é, não dá pra correr pra frente ou voltar pra trás. Ao vivo, gravado e antigo, fica um cheiro de saudade preservada, sonora e sensível.

Fico assim um nostalgico invertido quando vejo minha cantora favorita cantando em 1995 e eu nem estava lá. Me sinto assim quando revejo entrevistas, esses acervos de artistas que eu gosto, palavras que escapam, notas que se travam uma só vez. E mesmo que eu nem fizesse ideia de que aquele momento acontecia, hoje, dou o play e faço parte da platéia.

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