AMOR NO IMPROVISO

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conheço gente que ama e odeia na mesma intensidade
gente que vive de migalhas do próprio amor
da ilusão de uma antiga pessoa amada, a eu conheço
também sei histórias de quem finge se amar
entre sorrisos e gargalhadas marotas
pela força do próprio sorriso não se deixa chorar
um tipo de gente que acredita no sofrimento
como forma de expurgo do ser, do parecer e
lastima sozinho a pena de esquecer-se amando
desconheço gente que nunca quis amar de verdade
e que não sonha reencontrar um grande amor
ou que não viva a sonhar por um amor a encontrar
conheço quem procura em livros, em discos e sutilezas
nos olhos profundos que clamam por cólo, por abraço,
por um beijo e outro beijo, roubado que seja
conheço ainda gente que afirma de pé junto
odiar as frivolidades do amor, mas que com
certeza se ajoelha aos pés da pessoa amada,
só porque não acredita e nem imagina viver sem
o cheiro, o calor e o suor de um corpo com amor
mesmo gente que eu não conheço, sei que ama,
sei que guarda no peito, na memória, os olhos
o som da voz de alguém especial,
que acorda lembrando, que dorme esquecendo
e perambula flutuando com um nome no coração,
alguns até com dois e, não sei como dividem o
próprio amor ao meio, talvez só pra ganhar mais da
metade do que poderiam se fosse apenas um
gente que nem eu, que nem você, que ama ou sabe
o que é amar, vive aflito com medo da morte
porque, é possível perder-se do amor num instante,
sabendo que o tempo é curto e que o amor dura tanto
e tão pouco, apenas uma vida só,
ou apenas a eternidade juntos.


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