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quinta-feira, 2 de agosto de 2007

BALAS DE BANANA DE ANTONINA

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Vinte centavos me renderam quatro balas de banana de Antonina. Duas pra mim, duas pra Jú. Comprei ali na banca perto do meu trabalho. De um lado revistas, do outro doces e no meio de tudo, Dna Tânia, a dona mesmo. Ela contou ter ficado quinze dias viajando. Foi visitar sua mãe que mora no norte do estado. A velhinha diz que quer mudar pra Curitiba, mas que só vem quando a filha construir um quarto pra ela. Se depender de sua filha, ela irá dormir perto da cozinha, assim já pode levantar e fazer o café todo dia. Mãe tem dessas coisas não é?

Aí, no taxi, enquanto voltando de um cliente junto com o Beto, meu diretor de arte e o Ary, atendimento, vim observando, olhando daquele meu jeito complacente, quase veemente inocente, em que a primeira vista, Graças a Deus, é sempre uma saudação. Peguei por acaso, um casal de velhinhos que saia do seu prédio. Não me lembro o nome daquela via, sei que era uma “rápida”. Foram poucos segundos para admirar aquela simples cena. Eles provavelmente desceram de mãos dadas. Quando eu realmente os vi, ele arrumava os óculos, estava ao lado dela, quem em sua espera, aguardava com a palma da mão estendida, voltada para cima ao pouso da mão esquerda de seu parceiro de tantos anos. Tive que esticar o pescoço pra trás na vontade de ver o que pra mim seria o “desfecho” daquela situação. Não sei se é, mas se que pra mim, aquilo tudo, em poucos segundos, foi terno e doce.

Lembrei do pensamento que tive naquele momento e não sabia, alias, imaginei que poderia entender qual a magia que une almas por tanto tempo. Se há talvez um desses pozinhos. Espero ficar também velhinho, saber fazer café e ter com quem me divertir ao fervor da terceira idade, com uma boa e amada companhia. Ah, as balas de banana de Antonina, são do tempo da minha avó. Viu como tem coisa que o tempo perdura. Sê feliz. Passa açúcar!

[ah, eu não sei quem é essa loca da foto, mas eu gostei da peripécia]

Bjo doce!

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Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, as balas de Antonina. Estou com uma vontade de experimentá-las de novo. Acho que é saudade ou um orgulho das origens... é muito bom ler o rótulo de produtos e saber que eles vieram do seu Estado. Aqui tem uma paçoca embalada "Q Doce Sabor", feita em Londrina,que é uma febre aqui no estúdio. O meu chefe só usa de estévia, o "Sostevia", feito por uma empresa de Marialva. Acho importante a descentralização da indústria. A Internet e os centros de distribuição tem grande mérito nessa questão. Mas as balas de Antonina tem aquela coisa de tradição, aquela embalagem sem grande intenção e grande valor nutricional. O bacana é que a saudade do Paraná me trouxe ao seu blog e eu caminhei com você e imaginei cada parte do roteiro. Fico intrigada com essa coisa de se envelhecer e perdurar valores. Apesar dos 35 anos, sinto-me com uns 90 quando deixo esses flashes invadirem a mente. Graças ao Google e as balas de Antonina cheguei ao teu blog. O que a nostalgia não faz. E naquela época eu nem gostava tanto assim dessas balas rsrsr