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quinta-feira, 3 de março de 2011

EMBORA

Achei que eu fosse pedir uma pizza
pra comer com você, sentados assistindo tevê
com os dedos cheios de azeite e melando o
copo de coca-cola gelada, mas, quer saber?

Não me importo de parecer junkie,
de parecer descontrolado, afoito, aflito,
de comer bem, as vezes de comer mal,
nem um pouco eu me importo em sermos
nós dois estranhos como podemos ser.

Mas quando caio em mim, vejo que você
tem sempre algo mais importante pra fazer,
que fala menos comigo e que não está
aqui hoje, que não esteve junto comigo
ontem e que talvez não estará amanhã.

O que é foda é que eu não sei como
vou estar daqui cinco minutos e, também
nem quero saber, mas aonde você vai
estar em cinco anos é que me causa
calafrios e eu queria muito que estivesse bem.

Poxa vida! É esse laço maquiavélico
que me une a você? É esse perdão por
existir que me deixa na trincheira da nossa
própria guerra, armada pátria daqui de casa?
Porque se for, prometo que vou sair dessa emboscada.


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